Quem é o Baixinho?
Meu nome é Josivaldo Mendes, mas ninguém aqui conhece meu nome verdadeiro. Aqui sou conhecido como Baixinho. O apelido ganhei aqui no Memorial. No começo me chamavam de Gigante e depois mudou para Baixinho.
Tenho 43 anos e sou original do Maranhão. Há 14 anos um amigo me trouxe para São Paulo. Após um tempo trabalhando no CEU, aqui perto, uma amiga me falou para vir trabalhar aqui, que estavam contratando. Fiz uma entrevista e aqui estou até hoje.
Sou casado e tenho 2 filhos: o Gustavo, de 18 anos, que mora no Maranhão e a Yasmin de 4 aninhos.
Meu filho mais velho, assim que acabar os estudos, virá morar comigo aqui em São Paulo.
Qual é a tua função aqui no Memorial?
Sou encarregado da jardinagem. Minha equipe tem 7 pessoas que trabalham comigo.
Tem muita planta para cuidar, né?
Sim, temos um planejamento mensal, por quadra, por setor, para deixar tudo sempre bem cuidado.
Nós criamos canteiros, periodicamente replantamos, cuidamos para que folhas grandes de palmeiras não caiam sobre os carros ou as pessoas. Cuidamos também de não incomodar os vizinhos. Eu já deixo com eles meu contato e, se houver alguma planta caindo nos terrenos ao lado do Memorial, o pessoal já pode me avisar para podar as plantas.
Tem alguma planta preferida?
Sim, a Impatiens, que são as flores coloridas que estão na entrada no Salão Principal. Nós vamos ao Ceasa escolher as plantas do Memorial. Escolhemos flores que deixem tudo bonito e que durem bastante

E, cuidando do jardim, você costuma ver muitos bichos aqui?
Muitos! tem macaquinhos, tucanos, jacu, esquilos, muitos pássaros.
É você quem planta as orquídeas?
Sim. O concessionário traz e quando começa a secar, eu tiro do jazigo, amarro em uma árvore próxima e coloco uma plaquinha com o número do jazigo, para que a família possa identificar a sua planta.
Como começou a tua paixão pelas plantas?
Foi no dia a dia, aos poucos fui aprendendo e pegando gosto pelas plantas.
Você fala para as pessoas que trabalha no jardim de um cemitério?
Falo sim, não tenho problemas com isso. E tenho muito orgulho de meu trabalho.
Você tem plantas em casa?
Não, por que moro em um apartamento pequeno. As plantas que tive, trouxe aqui para o Memorial.
No Workshop do Ano Passado, você ganhou um prêmio, como foi?
Ganhei o Prêmio de Excelência e dividi o prêmio com minha equipe, por que não era justo só eu receber, já que a gente trabalha sempre juntos.

E quem tem as ideias de jardinagem?
A gente sempre tem que renovar, né? Deixar tudo bonito. No ano passado, para a Semana de Finados, tive a ideia de criar este coração, aqui, próximo ao atendimento. Tive a ideia, propus e o pessoal aceitou minha sugestão. Todo mundo gostou do resultado. Até tiramos foto.
Do seu ponto de vista, o que você acha que teu trabalho muda no acolhimento das pessoas no Memorial? O que você acha que o teu trabalho mexe com as pessoas que visitam o Memorial?
Eles acham bonito, gostam. As vezes eu escuto as pessoas comentando, elogiando os jardins, o pé de manjericão. Eu fico muito feliz com isso, com muito orgulho do meu trabalho.
Você se sente realizado de trabalhar aqui?
Me sinto sim. Aqui no Memorial, me sinto acolhido, gosto muito de trabalhar aqui, me sinto feliz.
O que você leva para casa, depois de um dia de trabalho?
Depois que eu termino uma tarefa, fico muito orgulhoso com minha equipe, quando fazemos algo bonito. Resumindo a história, me sinto acolhido aqui.
Qual é o maior aprendizado como pessoa que você ganha ao trabalhar aqui?
E a convivência, o diálogo, o respeito. Hoje temos o prazer e a oportunidade de participar de muitas coisas, que a gente não tinha conhecimento.
Você foi participar de uma feira um tempo atrás, como foi essa experiência de sair daqui e conhecer outras pessoas?
Foi muito legal! Nunca tinha tido uma experiência dessas. Tudo de bom que o Memorial puder oferecer para nós, eu vou aproveitar cada oportunidade.
O que você gosta de fazer quando não está trabalhando?
Gosto de assistir esporte. Sou flamenguista. Curtir a família, ficar com minha filha Yasmin, de 4 anos, dar atenção à minha esposa.
Qual seria um recado, um conselho que você daria para alguém?
Que aproveite o que a vida te oferece, nunca deixe para amanhã, porque o amanhã não pertence a nós. Nosso passeio aqui é curto. Aproveite a vida!
Assista aqui ao vídeo da entrevista com o Baixinho: